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VELOZPÉDIA

  Linfedema

Pesquisa por Fernanda Almeida Andrade

Vice-presidente da SABACV

O linfedema resulta da acumulação de líquido linfático no espaço intersticial do tecido subcutâneo e cursa habitualmente com uma evolução crônica e progressiva, condicionando morbidade significativa e redução na qualidade de vida do indivíduo. Pode ser classificado de acordo com a etiopatogenia em: Primário - resulta de anomalias no desenvolvimento do sistema linfático durante a linfangiogênese ou Secundário - resulta da obstrução ou disfunção do sistema linfático, adquiridas, geralmente devido a doença infecciosa, obstrução neoplásica ou tratamento associado à doença neoplásica (linfadenectomia, radioterapia), intervenções cirúrgicas, lesões traumáticas e doenças inflamatórias.

Em geral, a avaliação clínica dos doentes com linfedema deve incluir uma história clínica detalhada e um exame objetivo rigoroso. A quantificação do linfedema pode ser realizada através de várias ferramentas de medição, sendo a volumetria (pletismografia) e a medição da circunferência dum membro, as mais fiáveis e reprodutíveis. Na maioria dos casos (cerca de 90%) o diagnóstico é estabelecido com base na anamnese, entretanto, em alguns casos quando não há fatores de risco associados ou há situações mórbidas que corroboram para o edema (obesidade, insuficiência venosa, infecções concomitantes, etc) o diagnóstico pode não ser evidente, e então deve-se lançar mão de exames complementares.

A linfocintigrafia é atualmente considerada o método mais efetivo na avaliação funcional e anatômica do sistema linfático, tendo substituído a linfangiografia, mais invasiva e de difícil execução. A avaliação do sistema venoso pode ser realizada mediante eco-doppler. A ressonância magnética e a tomografia computorizada podem ser utlizadas para pesquisa de tumor oculto ou recidiva tumoral ou para estadiamento tumoral. A ecografia pode ainda ser usada para pesquisa de parasitas na suspeita de filaríase/elefantíase. 

 

No que concerne ao tratamento, considera-se que este deve ser individualizado a cada doente, tendo em conta não só a localização, gravidade e estadio do linfedema, mas também as comorbidades associadas.

 

- Medidas não-farmacológicas: 1) Terapia Física Complexa, 2) Compressão Pneumática Intermitente, 3) Massagem isolada, 4) Método de Van der Mollen, 5) Termoterapia, 6) Elevação, 7) Dieta, 8) Reabilitação psicossocial.

 

- Terapêutica Medicamentosa: 1) Diuréticos, 2) Benzopironas, 3) Antimicrobianos (se infecção secundária), 4) Mesoterapia (hialuronidase), 5) Terapêutica imunológica.

 

- Tratamento Cirúrgico (uso excepcional): 1) Dermolipectomia (ressecção), 2) Procedimentos microcirúrgicos na rede linfática, 3) Métodos reconstrutivos, 4) Métodos derivativos (anastomoses).

A prevenção envolve a observação dos fatores de risco que agridem o sistema linfático, como infecções de repetição, cirurgia de ressecção linfonodal, radioterapia, tumores (metástases ou invasões) e micoses profundas. A suspeita clínica de linfopatia descompensada com aparecimento de linfedema deve ser sempre aventada e investigada.

© 2017 por SABACV - Sociedade Acadêmica Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. 

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